Crônica solitária I

Prezada,minha.Convoco-te à conhecer o dia.Convoco-te à me ouvir mais uma vez.Digo-lhe sem vergonha,mas com medo,o que sinto:Apaixonei-me por uma jovem.Ela nem sabe quem sou,nem ouvira dizer sobre mim.Pois sua vida é retraída.Nem andar sozinha sabe essa jovem rainha.Rapazes formarão filas para conseguir sua mão.Ela é linda.Bobos são,pois não à conhecem como a conheço.Me enfeito de mato para ver se assim pareço uma árvore.E como árvores são seres vivos,por que não poderiam espiar?!Sei que teus cabelos não enxergam o sol.E que tua pele vive aquecida.Seu ego é se ver em um retrato na parede.Sua sabedoria,nada tens demais.Mas sua cantoria adormece os pássaros à sua volta.E seus olhos abençoam à quem olhas.Minha jovem,veja como te conheço bem.Partido melhor não terás.Porque te acovardas ao me ver se sou eu teu amado,teu bem querer.Se não me queres o que posso fazer?!Ver-te amando outro seria como morrer.Mas,bela jovem,como seriamos felizes se soubesses sobre mim.Te amostraria o quiseres ver.Cantaria afinado o que quiseres ouvir.Seria pintor e assim desenharia seu rosto no mais belo quadro.Como posso deixar de lhe amar?Como foi rápido a minha paixão por tu.Mas demora à ir embora o amor que sinto por tu.Se fosses feiticeira,diria que fizeste um feitiço.Se fosses um jogador,eu seria a tua aposta ou sua derrota.Feio,sem sabor,vestido com roupas velhas me encaminho...à pensar.O que verias em mim?Nada tenho,nem belo sou.Desocupado,crio histórias entre tu e eu,para ocupar meu dia e sentir uma ponta do prazer do que seria conviver com tu.Oh,como sonho!Sonho tanto que às vezes penso não pertencer à esse mundo.Sonho mais do que faço.Pouco sei explicar o que é real.Sei apenas que existes.E que à mim dificilmente irás pertencer.