sábado, 5 de novembro de 2011

Um olhar feminino

Livros, novelas, músicas levantam a todo tempo diversas questões atuais que, não as desmerecendo, estão fora de um contexto real. Há um tema que é ignorado por vários fatores e eu não o vejo de forma alguma bem desenvolvido: a mulher.
Questões óbvias aqui não serão abordadas. Como exemplo: "A mulher no ambiente de trabalho", "A mulher moderna", e tal. Falaram disso? Sim, mas sobre um olhar ainda não ampliado, um olhar restrito, um olhar machista, um olhar masculino.
Ainda é muito difícil retratar esse assunto por a sociedade estar entrelaçada com o passado. Difícil não é o preconceito, mas desfazer uma cultura que nos assombrou e nos assombra até hoje. Cultura essa que muitas mulheres se conformam e não lutam por igualdade em todos os âmbitos, no trabalho, em casa, na família, no relacionamento social, no relacionamento a dois.
Afinal qual é o papel da mulher? Base construtora da família? Isso porque ela procria? Todo esse "dogma" é muito questionável. Por que não ser diferente? Por que não fugir do que me me disseram quando criança? Por que não?
As mulheres avançaram muito entrando no mercado de trabalho, isso consta nos livros. Mas os livros não me disseram que retardam o seu domínio quando do ponto de vista social. Isso eu pude observar no dia a dia mesmo.
É incrível mas ainda existem mulheres que se casam por estarem grávidas; que não pensam em si, mas numa possibilidade urgente de união estável mesmo não sendo por amor, só para "se dar um valor" perante as pessoas.
Já me disseram para não agir de determinada forma simplesmente por eu ser mulher. Aquilo me subiu o sangue, devo confessar. E eu, como sempre, comecei a discutir essa questão do verdadeiro papel da mulher, se é que existe um; se existe uma maneira certa de encaminharmos a nossa vida; se essa maneira é imposta pelo nosso real querer ou por uma cultura falha.
A filosofia viajou nesses questionamentos; a psicologia julgou esses questionamentos; mas a sociologia os enxerga como eu os enxergo, por querer debater de frente.
Talvez o texto tenha ficado meio torto. Mas o importante não é a beleza das palavras, nem a certeza da gramática, é o debate. Aqueles que se incomodam com o debate estão condenados a viver num mundo criado por moldes já pré- estabelecidos. Isso é terrível porque vivemos para frente, querendo sempre mudar e melhorar, e não vivemos para trás, seguindo passos marcados que nem eu sei quem inventou ser aquela a melhor maneira de se chegar lá.
É preciso que os autores explorem e até induzam o leitor, telespectador a se libertar; a olhar a vida por um lado mais lógico e não óbvio; a ser mais forte, tão forte quanto nós mulheres.... Assim com jeitinho, no prisma de um olhar feminino.